Estado da eletrificação automóvel em 2030? Conheça os 3 cenários possíveis

A transformação do mercado automóvel está num período de grande aceleração que só tem tendência a intensificar-se nos anos que se seguem. Porém, a eletrificação do setor pode trazer dissabores aos serviços que dependem dos automóveis, como é o caso do mercado de redistribuição e das oficinas.

O estudo conjunto da Roland Berger e da Associação Europeia de Fornecedores Automóveis, sobre a aceleração da eletrificação automóvel divulga, entre outros, que até 2030, pelo menos mais de metade das vendas automóveis a nível internacional serão de veículos elétricos. Boas notícias para o planeta; notícias desafiantes para os “players” que giram à volta da órbita do automóvel. Quem não se reposicionar e planear a transição elétrica no presente vai ter dificuldade em encaixar-se neste novo paradigma daqui para a frente.

Neste estudo, são ainda apresentados 3 cenários possíveis, e em diferentes velocidades, da eletrificação automóvel e as consequências esperadas no mercado de redistribuição. O primeiro cenário previsto é o mais otimista e apresenta uma “eletrificação radical”, como nomeiam os autores. Neste cenário, prevê-se que, do total de novos veículos no mercado abaixo de 3,5 toneladas, em 2030, 82% sejam elétricos e partir de 2035 se atinja um total de 100%.

Um segundo cenário, prevê uma “transformação ambiciosa” e tem em conta a política e objetivos empresariais como estão atualmente, assim como uma infraestrutura de carregamento desenvolvida adequadamente. Neste cenário intermédio, o valor de vendas dos veículos elétricos crescerá até aos 68% do total até 2030, e partir de 2035 os 100%.

Por fim, o quadro menos progressivo apresenta-nos um cenário em que atingir uma realidade com apenas veículos elétricos será mediado por alguns percalços como o aumento dos preços das baterias e matérias-primas. No que toca aos números, são bem mais modestos: percentagem de veículos elétricos, no total do parque automóvel, em 2030, será de 53%, atingirá 96% em 2035 e deverá fixar-se nos 99% em 2040.

Ora, a rápida penetração dos veículos elétricos no parque automóvel vai ser acompanhada de grandes desafios para quem opera no mercado de reposição. Após análise, os autores deste estudo concluíram que os veículos elétricos têm um potencial de vendas 30% menor do que os veículos a combustão interna, devido ao menor número de peças e ao desgaste inferior, de entre outros, do motor e dos travões. Pegando nos números, no cenário mais otimista de eletrificação total, a procura de componentes será de menos 12% em 2035, e chegará aos menos 17% em 2040.

Para colmatar a perda de lucros dos negócios do mercado de reposição e das oficinas, a Roland Berger e da Associação Europeia de Fornecedores Automóveis sugerem adaptações, através da concentração de energias nas baterias elétricas: enquanto os primeiros devem criar opções para reparação dos sistemas dos motores elétricos, assim como restantes componentes eletrónicos. Já as oficinas, por sua vez, não devem perder tempo a especializar-se em veículos elétricos.

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